quarta-feira, 4 de maio de 2011

Brutos Choram


Jaime, seco, de rosto amargo, como quem já perdeu as esperanças de um futuro promissor. Angustia-se por nunca ter levado um rumo diferente na vida – Ah! A preguiça... e a maldita falta de vontade de levantar a minha bunda e fazer o que era melhor – falava para si mesmo muitas vezes, mas logo esquecia, Jaime não era de perder muito tempo focado em um único pensamento. Pois logo vinha outra caixa para carregar até o estoque, outra caixa, outra manifestação do seu alter ego tentando protege-lo de uma dor profunda cujo qualquer homem tenta se afastar, sabe que existe e que esta adormecida em teu peito. No fundo, apesar de demonstrar virilidade em suas expressões, Jaime é frágil, e pensar na insegurança de um futuro incerto ou até mesmo certo, certo de que não haverá nada, ninguém que o trate com carinho, e que possa finalmente chorar nos ombros desse alguém, seu peito geme de dor implorando para que Jaime chore, mais Jaime não chora, é bruto e quer que todos saibam disso.

-Teu puto de merda! Que cê tá fazendo ai parado? – Fala com um olhar de nojo seu Chefe, com um fio de baba saindo pelo canto da boca e um olhar enojado – Sabe que eu te meto o pé na bunda se você não fizer essa porra direito não é, e merda como você eu consigo em qualquer esquina e pagando até menos!

O coração de Jaime chora, seu punho sangra de ódio fechado em tua mão e seu olhar aceita.

-Ram!, esse viado me da Urticária... – pensa Jaime – passado preguiçoso de merda...

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