terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Adalberto e o onibus.

Adalberto estava em seu ônibus rotineiro voltando para casa no horário de pico.
Nada daquela situação o atingia mais, as vezes pensa se um dia se importou. O filho da puta que passa por entre os corpos amontoados como se não houvesse pudor não mais o atinge, esta adaptado.
- Essa situação é uma merda, como que isso acabou acontecendo?
Na cabeça de Adalberto tudo em larga escala deveria ser previsto seu declínio, pois este por sua vez nunca é pleno e sim progressivo.
-Mas de que adianta pensar nessas besteiras, o mundo é isso desde sempre e vamos vivendo.

Adalberto adormece em pé.
Agarrando o balaústre com a mão direita.
Segurando a mochila pesada com a mão esquerda.
Apoiando as costas num senhor suado.
Servindo o ombro de apoio a uma moça delicada.

Sonha que teorias deveriam ficar apenas no papel, pois sempre foram assim, para somente serem contestadas algum dia.